Parlamento Jovem 2022 aprova documento final de propostas para a saúde mental do jovem
A jovem política e a cidadania reivindicam por espaço. Cento e cinquenta alunos do Ensino Médio participantes da fase estadual do Parlamento Jovem aprovaram, já na noite da última sexta-feira (23/09), o Documento Final do Parlamento Jovem de Minas 2022. A reunião aconteceu no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde debateram 12 grandes propostas sobre o tema "Saúde mental do jovem".
Nosso Município também esteve presente nas discussões representado por 13 alunos que fizeram parte de todas as etapas do PJ. O aluno Saimon Galdense, representou a nossa Câmara no plenário da ALMG com várias intervenções e pedidos de melhorias no documento final exercendo o seu direito de participação.
Os três dias destinados à fase estadual do PJ também contou com a presença de várias autoridades do Estado, inclusive a do Presidente do Legislativo são-joanense Francisco Baptista, da Coordenadora do PJ municipal Cristina Sarmento, e do Professor Antônio Maurício que estiveram presentes desde o início na orientação e formulação das didáticas oferecidas aos jovens participantes.
O início da etapa final das discussões foi na manhã da última sexta (23), e a plenária teve duração de 9 horas e representou o ápice do PJ Minas, com a consolidação de sugestões de ações e políticas públicas sobre a temática. Os participantes também elegeram o tema para o próximo ano, que será "Jovem e mercado de trabalho".
Representando a ALMG no evento, a deputada Ana Paula Siqueira (Rede) recebeu o documento, que será encaminhado à Comissão de Participação Popular. A CPP se encarregará de analisar as sugestões e transformá-las em requerimentos de providências, projetos de lei e outras iniciativas.
Esperança
Finalizando o evento, a deputada Ana Paula Siqueira, afirmou que a presença maciça de estudantes era um sinal de esperança. “Vocês exercitaram aqui hoje o que eu faço no dia a dia do Legislativo, influenciando a vida das pessoas”, disse ela, dirigindo-se aos jovens.
“Vocês discutiram questões controversas, negociaram e criaram consensos. Pensaram inclusive no orçamento, dando uma demonstração de como lidar com o recurso público, onde nada se faz sem planejamento e priorização”, elogiou.
A parlamentar avaliou que a escolha da saúde mental como tema deste ano foi acertada, especialmente após uma pandemia severa, num contexto de crescimento de doenças mentais, suicídios, desesperança e outros males.
“Temos muito a construir pela nossa juventude em Minas Gerais”, destacou Ana Paula Siqueira, deixando firmado seu compromisso de lutar para que o conteúdo das propostas seja observado na produção de leis na Assembleia.
Por fim, ela agradeceu a presença de todos, enfatizando o trabalho da Escola do Legislativo, “comprometida com a integração da ALMG à sociedade civil”. Enalteceu ainda a atuação da Gerência de Projetos Institucionais, das câmaras municipais e de todas as entidades participantes. “Juntos, vamos construir um Estado e um Brasil melhores para todos”, concluiu.
Democracia
A gerente da Escola do Legislativo, Ruth Schmidt, declarou ser uma alegria receber os estudantes no PJ Minas: “É um trabalho feito com muito entusiasmo pela Assembleia, o que nos dá ânimo para começarmos amanhã a planejarmos o evento do próximo ano”. De acordo com ela, o Parlamento Jovem detalha para a juventude a função do Poder Legislativo, que é a essência da democracia.
Sugestões foram divididas em subtemas
As propostas aprovadas no documento final estão divididas em três subtemas: 1 - políticas públicas de prevenção e tratamento em saúde mental; 2 - estratégias da comunidade para promoção da saúde mental; e 3 - uso saudável das novas tecnologias.
Desde a quinta-feira (22), três grupos de trabalho realizaram a elaboração das demandas de cada um dos subtemas desta edição do PJ Minas, em reuniões realizadas na Escola do Legislativo, coordenadora do projeto na Assembleia.
Prevencão e tratamento em saúde mental
Na área de prevenção e tratamento em saúde mental, uma das propostas é de propiciar a inclusão de estudantes com deficiência de aprendizagem. Isso se daria através de um programa da Secretaria de Estado de Educação voltado para essa finalidade e contando com profissionais e equipamentos de qualidade.
Os estudantes também propuseram a criação de centrais de auxílio nas escolas, que dariam suporte às salas de aula. Essas centrais teriam a participação de estagiários de psicologia, supervisionados por profissionais já graduados.
Estes psicólogos também seriam responsáveis pela capacitação dos profissionais da educação, com enfoque na multiplicidade de fatores da saúde mental do jovem e na prevenção do adoecimento neuropsíquico.
Estratégias para promoção da saúde mental
Neste subtema, as propostas consolidadas, em linhas gerais, defendem a criação de projetos com psicólogos e psiquiatras para promoção da saúde mental. Entre as ideias estão a criação de rodas de conversa, festivais, atividades ocupacionais, oficinas criativas e atividades culturais.
Todos esses eventos teriam o objetivo de propiciar a troca de experiências entre os jovens, visando a integrá-los em suas comunidades. Esses encontros poderiam também auxiliar profissionais da saúde mental a identificarem pessoas com doenças mentais encaminhando-as às unidades de saúde mental.
Uso saudável das novas tecnologias
A preocupação com os problemas psíquicos, sociais e emocionais causados ou agravados pelo uso irresponsável das tecnologias marcou as propostas desse subtema. Os participantes propuseram, entre outros, a criação de um aplicativo digital, com contatos de profissionais da área, para ajudar as pessoas com transtornos mentais.
Também foi sugerida a criação de uma agenda pública voltada para o uso saudável das novas tecnologias. Estariam incluídas nessa agenda atividades diversas, como oficinas, palestras, debates, disponibilização de conteúdos digitais, entre outros.
Por fim, foi aprovada a sugestão de promover campanhas educativas com o objetivo de prevenir doenças mentais por meio da conscientização sobre o uso da tecnologia na vida do jovem. Essas iniciativas seriam veiculadas pelas redes sociais e pela mídia tradicional e teriam incentivos fiscais por parte do Estado.